Mario Aulicino
Feliz Ano Novo! No Brasil, costumamos dizer que o ano só começa depois do carnaval. Embora eu tenha dito em meu último artigo que a presidenta Dilma Rousseff começou bem o seu governo, vejo problemas na economia no curto prazo.
Há pouco, o governo anunciou o crescimento da economia brasileira em 7,5 %, no ano de 2010. Tal fato se deve em parte ao aumento da produção industrial, principalmente a extração mineral e construção civil, e da agricultura, muito influenciado pelo aumento da produção de soja, trigo e café. Também teve grande influência a redução dos impostos em automóveis e eletrodomésticos.
O Brasil, por ser basicamente um pais produtor de matéria-prima, foi beneficiado pelo aumento dos preços das commodities impulsionado pela necessidade do mercado chinês, e mesmo com o real valorizado, dificultando o superávit primário, manteve ao menos o equilíbrio de sua balança comercial.
O mercado já sinalizou que o ano de 2011 não será igual e projeta um crescimento de 4,10 % do seu PIB. Também altera a previsão de inflação para 5,82 %, patamar este distante do centro da meta, que é de 4,50 % para o ano.
O déficit externo aumentou muito e em velocidade preocupante. Este tem sido coberto cada vez mais com o ingresso de capital estrangeiro. Isto aumenta a aposta dos bancos na valorização do real. Com a moeda valorizada os produtos brasileiros perdem não só em competividade como aumentam as importações, gastos com viagens, remessas de lucros ao exterior, entre outros, que prejudicam o superávit primário. Inflação a vista, déficit externo, desvalorização do dólar, são alguns dos problemas que o atual governo herdou do anterior que, com objetivos políticos forçaram o país a pagar uma conta, alta, antes do esperado. Oxalá, o atual governo tenha disciplina fiscal para suportar estas novas ondas, que estão longe de ser as marolinhas que bateram na praia do Presidente anterior. Fico hoje por aqui, ansioso com a visita do Presidente Obama ao nosso país.
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